Na próxima quarta-feira, 7 de agosto, a partir das 10h, o Museu
Histórico de Sergipe (MHS), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado
da Cultura (Secult), dará início ao projeto expográfico “Folguedos de
Sergipe: conhecer, valorizar, preservar”, que apresenta ao público
imagens captadas pelas lentes do fotógrafo sergipano Lucio Telles, e
contextualizadas pelo acadêmico de Museologia da Universidade Federal de
Sergipe (UFS), Carlos Braz.
O projeto, exibido até o dia 18, foi concebido com o objetivo de
enfatizar a necessidade de conhecer, valorizar e preservar as
manifestações culturais produzidas e estreladas pelo povo. “Cacumbi, São
Gonçalo, Lambe Sujo e Taieira são expressões tidas como patrimônio
intangível da gente sergipana e que são, permanentemente, ameaçadas por
processos sociais impostos pela modernidade”, ressalta o curador Carlos
Braz.
Para Braz, considerar essas manifestações culturais como patrimônio
intangível implica em reconhecê-las como herança deixada pelos
ancestrais, como referência cultural de ampla relevância e como conteúdo
formador de identidades. “Trata-se de um legado a ser perpetuado em sua
essência e originalidade, mesmo que, muitas vezes, não seja percebido e
compreendido na contemporaneidade pelos grupos sociais”, acrescenta o
curador.
A exposição “Folguedos de Sergipe: conhecer, valorizar, preservar” é
um atrativo cultural integrado à programação do mês de agosto, oferecida
pelo Museu Histórico de Sergipe. Serão apresentadas 18 peças que
poderão ser apreciadas pelo grande público de terça a domingo, das 10h
às 16h. O Museu está localizado na Praça São Francisco, situada no
centro histórico do município sergipano de São Cristóvão, Região
Metropolitana de Aracaju. Para obter mais informações, basta entrar em
contato pelo (79) 3261-1435.
Sobre as manifestações folclóricas
‘Cacumbi’ é um estilo de dança brasileiro, na qual os personagens
vestem-se com tangas e cocares de penas, adornavam-se com colares de
coral, miçangas e dentes de animais, e usavam armas como arco e flecha e
pequenos bastões (grimas). A manifestação pode ser entendida como uma
reminiscência das lutas entre monarquias africanas e das lutas do
matriarcado.
A ‘Dança de São Gonçalo’ tem origem portuguesa e pode ser encontrada
em diversos estados do Brasil, com variações coreográficas bastantes
diversificadas, de acordo com cada região. A dança hoje é organizada em
pagamento de promessa devida a São Gonçalo. O promesseiro é quem
organiza a função, administrando todo o ritual, que pode ser realizado
em casa ou em local coberto, após montagem de um altar com a imagem do
santo e outros de devoção do promesseiro. Em frente a este altar é que
se desenvolve toda a dança.
A manifestação popular denominada ‘Lambe Sujo’ relembra uma luta
imaginária entre os negros escravos africanos e indígenas da região. Os
brincantes da festa, que se caracterizam como escravos, pintam o corpo
com tinta preta e melaço de cana além de utilizarem foices que
simbolizam a liberdade do povo.
A ‘Taieira’ é uma dança folclórica, de cunho religioso e de origem
africana, praticada na região nordeste do Brasil, especialmente no
estado de Sergipe. A dança é realizada por mulheres, principalmente
afro-descendentes, que utilizam uma vestimenta rica em detalhes, como
fitas, laços, brincos, colares e vestidos rendandos e enfeitados.
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