Na próxima quarta
(5/2), O Museu Histórico de Sergipe, unidade da Secretaria de Estado da
Cultura, apresentará a itinerante exposição “Ofenísia Freire: 100 anos”, lançada
oficialmente no dia 8 de janeiro, no Palácio Museu Olímpio
Campos, em Aracaju.
A história de
Ofenísia Soares Freire (1913/2007) inspira e orgulha Sergipe. Uma mulher de idéias
e ações à frente do seu tempo, mestra, militante política, escritora e acima de
tudo um exemplo, que inspirou - e continua inspirando - várias gerações
sergipanas, sobretudo aqueles que foram alunos do Colégio Atheneu Sergipense,
onde a professora lecionou por muitos anos.
Por reconhecer a importância de Ofenísia
Freire, seja como educadora ou como expoente intelectual e político, o Governo
do Estado montou uma programação voltada a homenagear o centenário da mestra,
que, caso estivesse viva, teria completado 100 anos no dia 6 de dezembro
do ano passado. O governador de Sergipe, Jackson Barreto, idealizador das
homenagens, e ex-aluno da professora, disse se sentir honrado em poder prestar
tais homenagens à intelectual.
“Quis o destino, com essas coisas que
preparam para a vida da gente, que eu fosse governador do Estado no ano do
centenário de Ofenísia, um ex-aluno, admirador e amigo daquela velha
companheira da Rua de Boquim, nº 457. Ofenísia representa a história das
mulheres sergipanas, das guerreiras deste estado, como professora, intelectual
e militante política. Era uma mulher tão corajosa, que no processo de
redemocratização do Brasil, após a ditadura de Vargas, foi candidata a deputada
estadual pelo Partido Comunista Brasileiro. Uma mulher antenada, à frente do
seu tempo”. Ele salientou
ainda, que as homenagens não ocorreram na data adequada, 6 de dezembro de 2013,
devido ao falecimento de Marcelo Déda à época.
EXPOSIÇÃO E DOCUMENTÁRIO
A exposição em homenagem a Ofenísia Freire
que todos poderão prestigiar a partir de quarta, 5/2, no Museu Histórico de
Sergipe, em São Cristóvão, é composta por três núcleos temáticos. O primeiro,
'Caminho da vida', revela desde as informações sobre o seu nascimento até o seu
falecimento, por intermédio de uma linha do tempo. O segundo, 'Ofenísia e a
arte', apresenta parte da sua coleção particular de obras de arte,
predominantemente composta de artistas sergipanos. O terceiro destaca as
homenagens concedidas à 'Mestra de Todos Nós', com medalhas, condecorações e
placas que recebeu ao longo da vida.
A secretária de Estado da Cultura, Eloisa
Galdino, disse que a homenageada representa todas as mulheres por sua história
de luta que a levou inclusive a ocupar um espaço político num tempo difícil.
"Estamos fazendo aquilo que o nosso saudoso governador Marcelo Déda sempre
fez, que é a recuperação e a preservação da nossa memória", afirmou a
secretária, acrescentando que a exposição será fonte de pesquisa para os alunos
da rede pública estadual: "Aqui eles visitarão, daqui essa exposição sairá
itinerante por escolas públicas do nosso estado".
O documentário que traz depoimentos sobre a
homenageada e passagens importantes de sua vida. Produzido pela Fundação
Aperipê, dirigido por Everlane Moraes, o vídeo integra a exposição e será
apresentado em escolas da rede pública de ensino.
SOBRE A HOMENAGEADA
Ofenísia Soares Freire nasceu em 06 de
dezembro de 1913, em Estância. Mudou-se para Aracaju nos anos 1930 e, a partir
daí construiu uma biografia como professora, militante política e intelectual.
Lecionou Língua Portuguesa e Literatura em colégios públicos e particulares, a
exemplo do Atheneu e do Tobias Barreto.
Casada com Filemon Franco Freire, funcionário
público, Diretor do Tesouro do Estado no Governo de Seixas Dória, Ofenísia
Freire alternou as atividades do magistério com a militância política. Filiada
ao PCB, engajada no processo de redemocratização do País, candidatou-se em 1947
a deputado estadual. Com o PCB proscrito e seus militantes na clandestinidade,
Ofenísia Freire voltou-se à cátedra.
À época do movimento militar de 1964,
Ofenísia integrava o Conselho Estadual de Educação, quando teve seu mandato
extinto e foi afastada do magistério do Atheneu.
Já aposentada e viúva, passou a dedicar-se a
atividades intelectuais, tomando parte em conferências e debates e integrando
instituições culturais, como a Academia Sergipana de Letras, para a qual foi
eleita em 1980, na vaga do poeta Abelardo Romero. Também em 1980 publicou seu
livro A Presença feminina em Os Lusíadas (reeditado pela Edise/Segrase em
2013). Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, Secretária Municipal de
Cultura, na gestão José Carlos Teixeira (1985), e Vice Presidente da Academia
Sergipana de Letras. Faleceu em 24 de julho de 2007.
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